Fabrico um poema para Fabrício: Sei que trabalho mal esse tecido, mas teço. Essa noite vi a casa de minha avó --que, doente, a cada dia está mais distante, acabando-se -- Soterrada sob chuva, lama, tornada ruínas. Mas Irene me abraçou com voz metálica, Voz de robô, rosto irreconhecível. Eu lhe disse, entre lágrimas, que temia o futuro. Então ela se transformou. Riu com sua voz habitual, numa alegria sem explicações; Passou a ser mais jovem, dançou o carnaval. E me consolou E enxugou minhas lágrimas com suas histórias banais Que não acabavam mais.
2 comentarios:
Fabrico um poema para Fabrício
Fabrico um poema para Fabrício:
Sei que trabalho mal esse tecido, mas teço.
Essa noite vi a casa de minha avó
--que, doente, a cada dia está mais distante, acabando-se --
Soterrada sob chuva, lama, tornada ruínas.
Mas Irene me abraçou com voz metálica,
Voz de robô, rosto irreconhecível.
Eu lhe disse, entre lágrimas, que temia o futuro.
Então ela se transformou.
Riu com sua voz habitual, numa alegria sem explicações;
Passou a ser mais jovem, dançou o carnaval.
E me consolou
E enxugou minhas lágrimas com suas histórias banais
Que não acabavam mais.
Nada más tremendo que ver caer la lluvia sobre ruinas, sí, Lucio. La lluvia nada transforma, la lluvia es un acto de revelación.
Gracias por el eco poético, rostro inconcebible.
Mi abrazo
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